COMO FOTOGRAFAR A PRIMEIRA DANÇA pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO EM LISBOA
O dia de casamento é uma sucessão de pequenos rituais e momentos simbólicos. Por isso se comemora. A primeira dança é um dos últimos. Pela primeira vez depois da cerimónia que liga os dois elementos do casal perante oficiante que, como tal, oficializa perante o estado, a sociedade, as famílias, os amigos e, principalmente, entre os dois o compromisso de vida junta com tudo o que isso implica nos caminhos do tempo. Pela primeira vez o casal junta-se perante convidados e, simbolicamente, abre o baile, início da diversão e parte final das partes do dia.
Do ponto de vista do fotógrafo de casamento o registo é importante e de grande responsabilidade. Toda a sua técnica e capacidade de resposta tem que ser posta em acção. Estudo do espaço, da luz existente para saber o que fazer e, principalmente reagir a algo que não sabe como vai sair.
Como é que o casal vai interagir um com o outro de modo a dar-lhe uma fotografia para lá do simples registo. É, garanto-vos uma luta contra o inespectável, contra o movimento impossível de predizer e, da minha parte o mais importante, que aqueles dois rostos no momento certo me construam a harmonia que sempre persigo.
Não tenho pejo em afirmar que durante todo o dia de momentos que me aparecem sem que espere, e que com alguma eficácia vou registando, a primeira dança é o momento do vamos ver o que é que isto vai dar hoje. A perseguição do rodopiar, rodopiando também, os rostos que não há meio de se me oferecerem no ponto certo, a pouca luz que não me deixa reagir a tempo ou casal que, quando menos espero, já está que não somos grandes bailarinos.
Não vou dizer que é o meu momento de desespero porque não seria verdade. Eu gosto disso. De não ter nenhum controlo e conseguir fazê-lo. E, até hoje, no mostrar do album , a fotografia escolhida da primeira dança tem feito aquele sorriso nos olhos dos protagonistas dessa primeira dança do novo princípio das suas vidas. Eu, naquele momento de entrega do album, só tenho olhos para os olhos deles para ver se os meus olhos viram, naqueles momentos, como deveriam ver. E os meus olhos acabam por ficar, contentes, muito.
Texto e foto: Fernando Colaço