A cerimónia civil é um teste de perícia e de clarividência para o fotógrafo de casamento. Está para o casamento como o contra-relógio está para o ciclismo ou, com algum exagero, como a formula um está para o condutor de automóveis. Sabemos, à partida, que vai ser muito mais rápida que a cerimónia religiosa. Só não sabemos quanto. Depende muito do tipo de pessoas que vai presidir à cerimónia. Se mais burocrático e apenas preocupado(a) com o lado burocrático da situação ou se mais conhecedor da importância do acto a que preside.
Assim, para produzir uma cobertura consistente e o mais abrangente possível do que se está a passar o fotógrafo entra em regime de alta velocidade, desliga todos os outros sentidos e só a visão conta. Com uma rapidez a que, provavelmente, só os corredores de alta velocidade conhecem, começam a aparecer à sua frente todos os vários ângulos possíveis de fotografar como se fossem flashs de imagens em filme fantástico que, sabe, terá que aproveitar sem falhas porque não vai ter segunda oportunidade. Passado, muito, pouco tempo tudo acaba e o fotógrafo sente-se como se tivesse feito uma corrida de 100m.
Isto para dizer que sinto sempre um grande desafio em todas as coberturas de casamento que se me aproveitam. Além do desafio de rapidez no casamento civil a procura resiliente e com espírito de prospector do melhor ângulo e momento no religioso, tenho sempre a satisfação de ter sempre conseguido uma boa leitura em qualquer dos locais onde a cerimónia se manifesta.
Reconheço que a cerimónia de casamento na praia é das mais difíceis de conseguir. Por vezes as relações de hora do dia, direcção, angulo, intensidade e qualidade da luz do sol , vento e outros pequenos inesperados tornam o desafio da melhor solução fotográfica difícil mas aliciante e, sempre, compensadora.
Penso, no caso da Sofia e do António ter conseguido esse objectivo que me persegue assim que começo a fotografar qualquer casamento: contar a história do dia com boas fotografias.
Texto e Fotos: Fernando Colaço
Eu amo o seu estilo!