
Estava uma daquelas manhãs frescas e luminosas mas com um véu de noiva muito suave e transparente entre o céu de azul de mimo e sol já de ângulo um pouco alto para o meu gosto mas que teve o bom senso de me não limpar a ténue neblina, para brilho que baste, quando chegámos à zona ribeirinha de docas e seus barcos na, para sempre chamada, zona da Expo do nosso, já quase esquecido, contentamento.
Dali a dias o Carlos e a Isabel, em cerimónia para outra descrição, aperaltados a rigor entregar-se-iam um ao outro com juras perante padres, padrinhos, pais e outros de quem gostam e vice, ou, versa. Hoje soltos desse rigor se passeiam e namoram em frente das minhas câmaras fotográficas e lentes de modo a guardarem contra o esquecimento um antes que, mesmo que simbólico, deverá ficar bem marcado.
Foi assim que defronte de barcos transformados em nuvens de nevoeiro por truque óptico, entre jardins de bambus a lembrar, talvez, as terras dos genes do Carlos, junto a modernidade de formas arquitectónicas de aquários gigantes encarregados de aconchegar em si oceanos inteiros e suas vidas ou entre arvoredo de jardins como se das mil e uma noites fossem, eles, o Carlos e a Isabel, foram com paciência e gosto de gostar, pelo que me disseram no fim, percorrendo espaço que lhes diz, e só a eles, e que eu tentei que isso se notasse.
Partiram como viajantes da grande cidade a caminho da enorme vida que têm pela frente e dentro das minhas máquinas de fotógrafo de casamento, desejoso do resto daí a dias, ficaram como cada um ainda por si até daí a dias, à saída da Igreja que os espera, passarem a ser uns. Até lá.
Texto e Fotos: Fernando Colaço






























