QUEREMOS MIMOS pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO
Pois, agora já somos casados. Foi para isso que aqui viemos todos, com fotógrafo de casamento à mistura, e façam o favor de nos dar os parabéns que há muito tempo que andamos a fazer por isto. Nem vos passa pela cabeça a trabalheira que foi ter que escolher fatos, vestidos, flores e sítio.
Enviar convites e não esquecer ninguém, combiná-los, aos convidados, em mesas certas uns, para que fiquem com quem conhecem e outros para que se conheçam e nos dêem festa e alegria porque agora acabou a parte séria e só queremos que nos abracem, nos digam que gostam de nós e nos desejam que sejamos felizes para sempre.
É assim que deve ser e queremos a nossa parte. Aqui estamos, agora somos vossos, queremos ser espuma das vossas ondas, queremos ser papoilas das vossas searas acarinhadas pelo vento. Estão aqui porque vos queremos mas precisamos de ter a certeza disso, não se acanhem que já os tivemos demasiado tempo pelas costas enquanto jurámos as nossas juras um ao outro quando a senhor padre nos disse que era hora.
Bem, isto é o que o fotógrafo de casamento acha que é, com a sua imaginação exagerada, que já conhecem, mas que tem a certeza que não deve ser muito diferente disso pelo que vê nas fotografias que, constantemente, vai rapinando como se ave disso fosse.
Já aqui escrevi sobre os sorrisos que fazem ruguinhas no canto dos olhos e que garantem que eles vêm directamente do coração, com a sinceridade que têm os que amam os que amam e que, em vez de envelhecer, fazem renascer, a todos os momentos, aqueles que são capazes de sorrir assim.
Sei disso porque os testemunho a toda hora, quando sou instrumento das minhas máquinas fotográficas com as suas lentes sequiosas de fotografias, naquele torvelinho logo depois da saída da cerimónia e antes de caminho a sítio onde a festa está espera que se faça festa.
Lá chegados, o fotógrafo de casamento sabe que tem que estar a tento e usar as suas principais ferramentas para que nada se perca: observação, rapidez e confiança nas suas companheiras de trabalho que, como já aqui deixei mostrado tantas vezes, conseguem ser, ainda, mais interessadas do que eu e, por vezes, são elas que muitas vezes me arrastam, quando descobrem umas fotografias que ali andam a fazer-se desinteressadas a ver se enganam o fotógrafo e este não as leve consigo.
De nada lhes serve porque nada escapa à minhas lentes, matreiras e sabedoras dos truques que muitas fotografias fazem para parecerem despercebidas.
Apesar de me achar já com a bagagem suficiente para me não deixar apanhar descuidado, ainda sou surpreendido pela antecipação que estas minhas lentes conseguem, daqueles momentos que seria uma pena ficarem, para sempre, perdidos no tecido temporal.
Não fazem ideia a sorte que tive quando as escolhi para companheiras do fotógrafo de casamento nas colheitas nestes pomares tão especiais a que os entendidos chamam de casamentos.
Festejo isso todos os dias, assim que começo a prepará-las, às fotografias, para as tornar personagens principais naquele livro que irá contar uma história muito especial, no caso, do dia do casamento da Sónia e do Francisco.
Fotografias de um casamento na Quinta do Lumarinho.