FOTÓGRAFOS DE CASAMENTOS e FANTASIAS
Devo dizer que um dos meus grandes prazeres de fotógrafo de casamento, ao fotografar, é poder alterar, com o uso das minhas lentes, a sensação visual do que do estou a captar mas, ao mesmo tempo, não alterar a verdade do que acontece. O meu treino, ao longo dos anos, no acto de fotografar, tem sido muito empenhado nessa possibilidade.
Poder encapsular o principal objecto a ser fotografado, uma cara, um corpo inteiro ou mesmo uma peça de decorativa numa certa distorção, gosto de lhe chamar uma nuvem, que nos traz esse assunto principal de uma forma diferente.
No entanto, é preciso ter sempre o cuidado para que a forma não altere o conteúdo. Não podemos fotografar uma noiva na sua preparação e, pelo uso da forma, alterar completamente a noção do que ela está fazer, onde está e porque razão está. Contar a história com verdade é a função principal do fotógrafo de casamento.
Daí que o uso dos elementos que cercam os personagens principais sejam um dos primeiros “ajudantes” que o fotógrafo de casamento procura, assim que chega ao espaço onde a acção se desenrola. Posso, mesmo, dizer que os meus principais amigos aí são candeeiros mais menos interessantes, espelhos grandes, médios e pequeninos, botijas de laca da cabeleireira e tudo o que me permita fazer como aquelas crianças que pensam que estão escondidas, mesmo que só estejam a tapar os olhos com algum objecto.
Desde que as minhas lentes saibam transformar, bem, essas coisas numa espécie de vestimenta dos meus objectos principais nunca deixarei de os usar.
É um bom desafio.