A ATENÇÃO pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO
Sendo fotografo de casamentos, fotografar uma cerimónia de um casamento é uma experiência, para mim, avassaladora. Se estou num casamento numa Quinta, a fotografar a cerimónia, a rapidez com que é necessário reagir dado o curto espaço de tempo em que decorre, numa Igreja, apesar de me ser oferecido mais latitude temporal, parece-me sempre que o tempo me pregou uma partida e foi exactamente o mesmo da outra.
Das duas uma, ou fico com a minha noção temporal completamente avariada ou ele gosta de gozar comigo e encolhe, quando devia estar esticado.
Tudo isto porque uma das minhas principais obrigações, numa cerimónia de casamento, é fotografar o casal enquanto a cerimónia vai decorrendo e contando o seu estado de alma, ao longo da mesma.
Mas como eles não estão sozinhos, o fotógrafo de casamento tem que levar suas as lentes a visitar os seus convidados, sentados e atentos aos importantes momentos que fazem parte da razão que os levou ali. Assim, fará pequenas incursões, por entre eles, com retirada rápida para, novamente, verificar, e comprovar em fotografias, os noivos na nova fase da cerimónia.
É aqui que o tempo lhe prega a grande partida e resolve, por fenómeno a precisar de estudo por físicos competentes, subverter todas as leis do espaço e do tempo. É que em vez de ajudar o fotógrafo de casamento a usar todos os pontos vista necessários a fotografias sempre diferentes e dar-lhe tempo, encolhe-se todo e assim que deixa dar ao início da cerimónia, acaba com ela deixando-me sempre com aquela sensação de eh pá, ainda me faltava dali, ir dar uma fotografia….não está certo.
Pronto, dito assim, vão dizer que o problema é meu, que é a minha noção psicológica do tempo, que estou tão embrenhado no que estou a fazer e não dou por conta, mas…não me convencem. É ele que, por qualquer razão, embirra comigo e está sempre a estragar-me o trabalho.
Sem dúvida.