A CONVERSA pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO EM SINTRA

Algumas fotografias dos noivos rindo, pelo que convidados lhes diziam durante a festa do casamento no Penha Longa Resort em Sintra
- You can read this post in English.
Comunicação
Um dia de casamento além de tudo o que contém, nele passa e o que simboliza para o que há-de vir é, no ver do fotografo de casamento, uma constante comunicação. É como se fosse uma peça de teatro, um filme há muito esperado para estreia ou, mesmo, um encontro de amigos a comemorar algo de bom.
Tem uma espécie de argumento como nos filmes e, também, um texto não escrito como as peças de teatro. No entanto parecem mais projectos de encenadores e realizadores experimentalistas que deixam aos actores total liberdade de improvisação e se comportem como se na vida, ela própria, estivessem.
É assim que eu vejo um dia de casamento e que, para mim como fotógrafo a cumprir a tarefa de o registar em fotografias, contêm as duas coisas que, por um lado me facilitam a vida e, por outro, me desafiam constantemente pelo tal improviso e impedem que seja uma coisa rotineira e…chata.
Improviso de personagens imprevisíveis
Tendo uma espécie de roteiro meio estabelecido indica-me para o que vou, como posso abordá-lo nas suas partes e saber o que devo fazer, onde me devo colocar em cada uma delas.
Contendo todo o improviso, porque os actores, ou personagens, como quiserem, são imprevisíveis nos gestos, nos diálogos, nas entradas e saídas de cena permitem ao fotógrafo de casamento uma constante renovação do seus pontos de vista, da forma como elabora composições e nunca se enfada com o comportamento dos assuntos, porque, apesar de estarem sujeitos ao tal roteiro têm, ao mesmo tempo, a grande qualidade de nunca se repetirem.
Isso é algo que qualquer fotógrafo, ou documentarista, mais deseja porque, verdade seja dita que, apesar da analogia lá em cima no texto, um casamento não se trata de um filme nem o fotógrafo de casamento é realizador.
Por isso, vamos esquecer, talvez por fantasia, essa analogia com o teatro e com o cinema e vamos concentra-nos naquilo que realmente interessa ao fotógrafo de casamento e da razão porque quer estar sempre de máquina fotográfica na mão.
Os conversadores, os que escutam e as fotografias
Chamar-lhe-ei comunicação. Não a minha com as minhas máquinas e lentes, que também existe e nem fazem ideia quanta, mas a dos intervenientes no casamento uns com os outros. É mais chamariz para o fotógrafo de casamento do que campo acabado de lavrar para todos os pássaros que voam nos arredores no novo alqueive.
Os que escutam, os que falam, os que esperam para falar, os que reagem ao que os outros falam e, mesmo, os que não se interessam com conversa nenhuma, porque também os há.
A todos eles o fotógrafo de casamento está atento e os adora. Eles, os conversadores e os que os escutam, e que estão sempre a trocar de lugar são o sumo que entra sem cessar pelas sua lentes que, depois de processo complexo dentro de câmaras fotográficas, acabam por sair transformados em fotografias de casamento.
Como nós gostamos.



