ELES QUE CONTAM pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTOS
Um momento. Acontecimento fugaz como que feito de propósito mas não combinado, para o fotógrafo de casamento, como todos os que acontecem no casamento e que ele recolhe com uma satisfação muito superior a todos os que lhe vão oferecendo esses momentos.
Não duvidem nem um bocadinho. Nada me faz mais feliz em dia de casamento como ter, de máquina fotográfica em frente do meu olho direito, detectado aquela conjunção de actos, movimentos e ajuntamentos que culminam nesse instante que, exactamente ali, tudo resultou no tal momento que máquina fotográfica que se preze absorve, como se eles, os momentos, fossem a razão da sua existência.
Há algum tempo corria um pequeno vídeo na internet que mostra uma pintura vista por três pessoas. Uma máquina seguia o olhar das pessoas durante um tempo determinado e marcava, sobre a mesma, linhas vermelhas que representavam o caminho dos olhos durante a observação.
Era um, ou uma já não me lembro, estudante de arte, uma pessoa “normal” e um fotógrafo. Tanto no resultado da pessoas “normal” e do estudante dava para verem o que continha a pintura. Já quanto ao fotógrafo a coisa já não foi a mesma.
As vezes que percorreu os detalhes da pintura, talvez analisando a composição, o aproveitamento da luz, a distribuição dos elementos na superfície, a tonalidade das cores e a sua importância na noção de dimensionalidade e sabe-se lá mais o quê fizeram com que a desgraçada da pintura fosse, praticamente, uma mancha vermelha. Discutimos isso, num fórum a que pertenço, e todos nos identificámos com aquele olhar do fotógrafo, de casamento incluído.
Sem essa capacidade aprendida com a experiência, não por que seja inata aos fotógrafos de casamentos, era impossível sermos aqueles apanhadores dos tais momentos que tanto gostamos.
São eles o que nos faze mover e os nossos olhos estão constantemente à sua procura em alguém que faz uma festa a alguém, ao grupinho que está em composição perfeita, a gargalhada que ainda se quer ir a tempo, o dançar de uma maneira muito própria ou, mesmo, o dormir profundamente em cima de duas cadeiras porque era o que estava à mão e o sono já só queria dormir.
É essa capacidade de fotógrafo que lhe permite ter a possibilidade de mostrar os momentos já parados no tempo, pela fotografia, retirados de um acontecimento preciso e muito importante. Por vezes irrita porque não vamos a tempo mas isso é como tudo na vida. O que é preciso é que, no fim, levemos uma boa mão cheia de momentos que, em conjunto, mostrem bem a história do dia.
Pelo menos, é o que motiva este fotógrafo de casamento cada vez que lá está, num casamento.
-De um casamento no Montes Claros – Lisbon Secret Spot no Parque de Monsanto em Lisboa.