NADA É PARA FICAR pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTOS

Está feito. As vezes que as lentes dos fotógrafos de casamento testemunham esta alegria e, ao mesmo tempo, o alívio depois da postura institucional e contida durante a cerimónia. Tenho quase a certeza que para a maioria dos casais, principalmente dos noivos, o ideal seria passar directamente para o tal sim, eu quero, eu juro, eu vou e vamos embora que vai haver festa lá fora. Coisa que quase acontece nas cerimónias civis que, sem o quase pedido do fotógrafo no casamento para dar algum tempo para ele ter tempo de fazer uma história mais completa, quase antes de começar já está, casados e felizes para sempre. Mas, nas igrejas, o padre oficiante tem mais obrigações ritualísticas a cumprir, por vezes é muito dado ao discurso e a coisa vai para lá do que o tempo que era o tempo pensado para chegar ao nosso sim que queremos dar um ao outro.
Devo dizer, por puro egoísmo, que o fotógrafo de casamento não se importa nada que o padre seja um pouco dado a prolongamentos. Há sempre mais uma fotografia, ali, quase destinada a não ser e se a coisa for rápida, nem quero pensar nas que ficarão perdidas no tempo para sempre, sem que eu as tenha apanhado para o serem eternamente. Uma aflição. Assim, sou um grande admirador de oficiantes com grande orgulho no que fazem e me deixem trabalhar mais um bocadinho. Já quando é nas quintas, com funcionário do estado, é preciso incorporar o Speedy Gonzalez dentro de mim e, também, não costuma sobrar nada para fazer. É uma questão de método.
Mas, quando chegamos à saída do local da cerimónia, seja ela onde for, o gosto que vejo nas minhas lentes, a desafiarem as câmaras a não lhes falharem por rapidez e eficácia, a não terem tempo com distracções para arrebanhar toda aquela alegria e a não deixar o fotógrafo de casamento sossegado porque olha ali outra, toma atenção ao noivo, não percas a noiva com aquela amiga, oh! oh! conseguimos esta. De facto, ser testemunho desta alegria, dos noivos, dos que estão com eles e das minhas lentes dá-me a certeza da importância por ali estar. Depois, há a vaidade quando conseguimos aquela de se adivinhou pelo canto do olho e se reagiu a tempo. Essas, dão uma satisfação que nem vos passa pela cabeça.


