Em frente de um automóvel antigo, o casal, já casado, conversa olhando para as mãos onde têm, frescas, as alianças do casamento, vistos pelo fotógrafo de casamento na Casa de Reguengos.

O fotógrafo e as fantasias num casamento

IMAGINEM pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO

Em frente de um automóvel antigo, o casal, já casado, conversa olhando para as mãos onde têm, frescas, as alianças do casamento, vistos pelo fotógrafo de casamento na Casa de Reguengos.

Há um lado das muitas das minhas partes de fotógrafo de casamentos que sempre que se dá à ocasião não resisto e tento, mesmo que de forma desajeitada, que algumas das fotografias retiradas do dia de um casamento se pareçam com aquelas que antigamente se viam nos cartazes dos filmes, nas salas de cinema.

Assumir que fossem fotogramas retirados dos tais filmes já seria vaidade a que não me posso dar a luxo por humildade, não por falta dela, da vaidade. Mas é que às vezes parece mesmo. A coisa é tão perfeita que parece que em vez de estar no dia do casamento, do casal que me quiz ali, estou, antes, num plateau de cinema onde um filme está em construção e eu, se não o realizador, sou o operador de câmara que sabe exactamente o que se pretende para satisfação do tal realizador famoso.

Eu sei, são fantasias mas que se há-de fazer.

Ainda por cima tenho a mania dos filmes clássicos dos anos trinta e quarenta, onde a depuração que se dava à composição era atingir um grau de perfeição que me deixa sempre de boca aberta.

Posso, hoje, já não achar piada nenhuma à história mas o estado de arte a que aqueles fotógrafos chegaram para nos mostrar as intenções do realizador, o envolvimento dos personagens ou a transformação da luz, a usada para a que nos chega aos olhos, deixa-me sempre extasiado e, como fotógrafo de casamento, não posso deixar de desejar chegar àquele estar de perfeição, com a minha maneira de o fazer e de o mostrar.

Mesmo que nunca o consiga é meu dever ter sempre como modelo motivador do meu trabalho.

Assim, sempre que a minha ilusão me mostra alguma aproximação a esses estados de perfeição, lá vou eu tentar aproveitar porque está ali mesmo à minha frente aquela cena, dirigida pelo cosmos e com actores que estão ali para que eu aproveite.

Aquela sensação de voltar a um tempo que já foi tempo é muito apelativa e com a escolha da lente certa lá estou eu a ler com ela aquele pedacinho de uma historia de amor que, melhor que tudo, é verdadeira. Vestir a verdade com fantasia sem que ela, a verdade, seja desvirtuada é coisa que deve ser aproveitada sempre que se apresenta à nossa frente e nos estimule a querer sempre voltar e que na próxima resulte sempre melhor.

É isso que este fotógrafo de casamento nunca deixou de tentar desde que entrou neste universo especial onde o amor, a verdade e a fantasia andam de mãos dadas. Pelo menos eu vejo assim.

O noivo beija a mão da noiva, junto de um automóvel antigo, no jardim da Casa de Reguengos onde tem lugar a festa do casamento.
Como num filme antigo, os noivos riem de frente um para o outro e de mãos dadas, encostados a um automóvel vintage, do tempo desses filmes.

De um casamento na Casa de Reguengos em Vila Franca do Campo.

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