Num espelho ao longe, a noiva olha-se, junto da mãe e de uma amiga, assim que fica pronta para partir para a cerimónia, numa composição do fotógrafo de casamento em Sintra.

O fotógrafo e as fotografias que faz nos casamentos

DELAS EU SEI FALAR pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO

Num espelho ao longe, a noiva olha-se, junto da mãe e de uma amiga, assim que fica pronta para partir para a cerimónia, numa composição do fotógrafo de casamento em Sintra.

Não tenho o conhecimento para poder falar da fotografia, enquanto assunto de discussão mais ou menos académica e, para isso, já há muitos livros que usam aquelas palavras presunçosas, como hermenêutica, semiologia e outras que tais que assustam qualquer pessoa que apenas gosta de olhar para elas e fica acometida de tal encantamento que até as palavras desaparecem da mente, apenas os olhos têm opinião e decidem se passam a outra ou ficam para ali debruçados, até que absorvam todas as nuances da luz, todas as formas dos relevos, as harmonias da composição ou todas as histórias que possam estar dentro dela.

Tenho vindo a descobrir que podem ser tantas as coisas que uma fotografia é, que me pergunto tantas vezes, porque é que ainda não me cansei de as encontrar. Já expliquei aqui, muitas vezes, que um fotógrafo, pelo menos este, não as faz, encontra-as. Depois de descobrir o lado melhor delas, é acometido de coreografias estranhas, pelo menos para quem o esteja a ver apanhá-las, porque sabe que só há um sítio, e um momento, certo para que a colheita seja a correcta.

Disso, eu posso falar. Das aventuras a que o fotógrafo de casamento se aventura para as detectar e depois, decidir qual a minha lente que está melhor preparada para ela, apesar de saber que todos as que se encontram no seu saco vão gritar estridentemente em uníssono, eu, e ficam danadas aqueles que foram preteridas.

Daqueles fotografias que apesar de estarem melhor do que peras maduras para colher, fugiram de mim antes que encontrasse o tal sítio para as tornar, ainda, mais belas, problema delas, não sabem o que perderam por nunca mais, em todo o tempo que o tempo tem, voltarem a ser vistas.

Ou, ainda, da alegria que sinto quando me estão quase a escapar, quando sinto aquela vibração esquisita nos braços e, especialmente, na ponta do meu indicador direito, que sabe que tem que se aguentar até ao tal momento certo que o foi, exactamente, no último. 

Também sei falar das coisas um pouco estranhas que, se vistas com alguma atenção por alguém presente no tal evento, talvez faça um juízo não muito abonatório do fotógrafo de casamento, ao vê-lo a comportar-se como, nos filmes cómicos, nos aparecem os detectives, a andar de forma estranha, a acocorar-se por detrás de coisas como se quisesse esconder-se de alguém, a esticar-se todo como se se achasse pequeno demais, entre os presentes, e quisesse dar nas vistas.

O que não faz um fotógrafo, especialmente nos casamentos, para encontrar as fotografias que teimam em fugir-lhe e lhes faz esperas onde elas menos o esperam e muitas outras coisas que sou capaz de falar acerca delas, das fotografias, e, também dele, do fotógrafo de casamento.

Tantas e tantas histórias que eu sou capaz de contar acerca do fotógrafo de casamento e das fotografias que ele tem apanhado. Mas, se me pedissem para fazer uma dissertação sobre a fotografia, a fotografia, eu não faria a mínima ideia do que dizer porque, na verdade, eu só percebo de fotografias e do gozo que dá encontrá-las. E isso é uma coisa completamente diferente.

Acho eu, que não tenho aquelas palavras presunçosas para usar.

Junto da mãe e de duas amigas, a noiva põe um dos brincos para finalizar o vestir para o casamento.

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