O INESPERADO pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO
Quando estamos numa profissão já com tempo necessário de sermos ajudados pela chamada tarimba, conceito muito usado no mundo do jornalismo, ou seja, que toda a aprendizagem vinda com a experiência com o encontro de situações fora do comum que precisamos resolver ou mesmo aquela primeira e única vez que nos deixa como que bloqueados…e agora?, começamos a dar por certo, ou pelo menos quase, aquilo que antecipamos e, na maior parte das vezes acertamos.
Com um fotógrafo de casamentos não é diferente.
Quando, por uma assunção automática, o fotógrafo de casamento entra numa Igreja e repara que o lugar habitual onde os noivos costumam ficar sentados, para acompanhar a sua cerimónia de casamento, afinal não é, não pode deixar de ficar com um bloqueio momentâneo, como um pasmado então… agora já me estragaram as fotografias todas.
Como é que eu vou fazer aqueles grandes planos do meu casal de nubentes, entre as velas do altar, desfocadas, em primeiro plano e os convidados lindamente sentados a servir de fundo, também enevoados ficando os noivos magnificamente presentes no meio.
Como eu escrevi atrás, foi apenas uma paralisia momentânea porque eles, os verdadeiros momentos já começaram a acontecer e o fotógrafo de casamento não pode começar uma birra, que não ganharia, com quem se lembrou de mudar o lugar habitual dos celebrados.
De imediato, muda estratégia, revê todos os elementos que o podem ajudar no local, recalcula os ângulos e os novos pontos para tomada de vista e, antes que o padre dê por início a tão esperada celebração, já está no activo como se nada se tivesse passado. A partir daí, foi só começar a colher sementeira oferecida por todos os presentes até ao fim da celebração como se fosse sempre pouco e pequena.
Mas, a isso, já estamos habituados. Haveria, sempre, lugar para mais uma.