ESPECTATIVAS pelo FOTÓGRAFO DE BATIZADOS
Fotografia da bebé, que acabou de ser batizada, ao colo da mãe, brincando com uma planta do jardim
Para cumprir um dever
O principal desejo de um fotógrafo num batizado, ou casamento, encarregado de fazer a cobertura do mesmo, é poder sair de lá com um arresto de fotografias que o façam sentir que cumpriu bem o dever para com o seu cliente e, ao mesmo tempo, ter uma auto satisfação quando já está na escolha e edição das mesmas.
Costumo dizer aos meus possíveis clientes, em reunião, que, assim que começo a fotografar, no dia que se quer emotivo e que será longo de certeza, não é para eles que o faço. Por um lado se me preocupo a toda a hora só com eles acabo por não dar atenção ao que os rodeiam e que também são história para contar.
Confiança no fotógrafo
Por outro, não posso estar a fazer o meu trabalho e estar constantemente a pensar como é que será que eles o querem, ou que gostariam que tomasse mais atenção. Que multiplicasse esse método por todos os clientes que já tive e todos os que ainda terei, com o grande gosto de entregar ao trabalho as minhas máquinas fotográficas com as suas lentes, no fundo, e estivesse a trabalhar com a cabeça deles dentro da minha cabeça.
Estranho, não era?
Assim, uma vez comprovado que o meu trabalho será o que querem que seja feito no casamento deles, apenas lhes peço confiança e me deixem trabalhar como se lá não estivesse. Assim, cada uma das partes faz o que lhes compete. Ao fotógrafo de batizado fotografar e quem irá ser batizado, se batize com tudo o que isso manda.
No batizado, cada um faz o que deve fazer
Assim, sei que vou contar a história do que aconteceu e, pelo menos até aqui assim foi, quem a leva vai com a satisfação de ter sido bem contada. Sei, por experiência, que a expectativa faz perder, de ambas as partes, a naturalidade que se pretende e pode comprometer o resultado. Imaginem os pais, de uma criança a ser baptizada, a estarem constantemente a verificar o fotógrafo a trabalhar e se ele está a fazer as coisas como eles o imaginaram. Iria dar mau resultado.
Assim, deixando que cada um faça o seu trabalho as coisas acontecem como devem a acontecer. Quem faz, vai fazendo e quem fotografa, vai fotografando e, de certeza, o resultado premiará esse acordo.
Além daquelas fotografias que contam a história de forma escorreita aparecem aquelas jóias que, como o mineiro delas, fazem sorrir com rugas nos olhos quem as encontrou e quem as vê, como esta fotografia, a última, encontrada da Leonor e da sua mãe. Completamente uma com a outra, num mundo que só elas o sabem e sentem.
Só respeitando o tal acordo, onde cada um faz o que lhe compete, são possíveis jóias como esta, que não foi a única, garanto.
Se estiverem de acordo, estarei no vosso como o fotógrafo do batizado, ou casamento.