O Fotógrafo e o parece que é, nos Casamentos

Os noivos sentados num banco de jardim da Quinta dos Alfinetes durante a sessão com o fotógrafo de casamento em Sintra.

EU PENSAVA pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO

Os noivos sentados num banco de jardim da Quinta dos Alfinetes durante a sessão com o fotógrafo de casamento em Sintra.

Fotografias do noivo e da noiva nos jardins da Quinta dos Alfinetes em Sintra, na festa do casamento


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Quando Fingem… Mas é a Sério: A Sessão Fotográfica ao Fim do Dia

No jardim da Quinta dos Alfinetes em Sintra, os noivos sorriem um para o outro.

Para o fotógrafo de casamento, há um momento muito especial que acontece já depois da cerimónia, quando os estômagos estão saciados e os pés dos noivos e convidados do casamento já antecipam os primeiros passos na pista de dança. Falo da sessão de fotografias com os noivos, aquela pausa a dois, em que tudo parece encenado… mas, na verdade, é bem real.

O ritual da sessão encenada

Por entre os arbustos da Quinta dos Alfinetes em Sintra, os noivos de frente um para o outro sorriem apaixonadamente.

É um clássico. O fotógrafo de casamento escolhe, com antecedência, os recantos ideais — nos jardins, junto à luz suave do fim de tarde, entre árvores ou perto de uma parede com textura. O casal acompanha-o, confiando no seu olhar e na sua experiência. E ali começa uma pequena performance onde, supostamente, tudo é planeado.

  • “Juntem-se aqui, isso mesmo.”
  • “Agora caminhem devagar, como se estivessem num passeio só vosso.”
  • “Olhem lá para o fundo. Maravilha!”
  • “Dêem as mãos, finjam que ninguém vos vê.”

Mas é nesse “fingimento” que acontece a magia.

A verdade por trás do teatro

Um retrato do noivo, sorrindo, por dentro das videiras da Quinta dos Alfinetes.

O fotógrafo de casamento, por vaidade e entusiasmo, acredita que está a conduzir a sessão. Sente-se o mestre da composição, o guia da emoção, o responsável pelas melhores expressões. Os noivos, gentis, fingem seguir cada diretriz. Acenam, sorriem, cumprem.

No entanto, quando o fotógrafo analisa as fotografias mais tarde, percebe que foi enganado — no melhor dos sentidos. As expressões não são ensaiadas, os olhares não são fingidos, os gestos não são apenas para a câmara. São para o outro. São reais. A sessão encenada revelou-se mais autêntica do que qualquer pose dirigida.

Sobre o que parece fingido, mas é real:

  • Durante a sessão de fotografias com os noivos:
    • A cumplicidade do casal supera qualquer instrução.
    • A emoção do dia continua presente, sem necessidade de fingir.
    • Os momentos entre indicações são os mais verdadeiros.
  • O fotógrafo de casamento descobre que:
    • Os noivos estavam apenas a ser quem são.
    • As melhores fotografias surgem nos instantes “entre” poses.
    • A sua função era, afinal, apenas criar o espaço — o resto foi deles.

O ego do fotógrafo e a sua rendição

Entre as oliveiras e loendros da Quinta dos Alfinetes, os  noivos abraçam-se de frente um para o outro.

É preciso admitir. O fotógrafo de casamento vai para a sessão da tarde com aquele entusiasmo infantil de quem finalmente pode mandar. Durante todo o dia andou discreto, quase invisível, a capturar momentos espontâneos sem intervir. Agora, é a sua vez.

Ou assim pensa.

Porque, na prática, tudo acontece como deve acontecer: com o fotógrafo a dar pequenas sugestões e os noivos a fazerem o que lhes apetece, com genuinidade. E, ainda bem. Porque é essa liberdade que faz da fotografia de casamento uma arte tão especial.

Sobre a dinâmica do momento:

  • Expectativas do fotógrafo:
    • Dirigir o casal como um realizador.
    • Controlar luz, pose, cenário e emoção.
  • Realidade no dia de casamento:
    • O casal segue o coração, não o guião.
    • As melhores imagens são fruto da sua ligação e não das indicações.

O papel invisível que realmente importa

No meio dos loendros da Quinta dos Alfinetes em Sintra, os noivos tocam os narizes num sorriso apaixonado.

O fotógrafo de casamento, no fundo, agradece esta ilusão. Acreditar que está a dirigir permite-lhe soltar a criatividade. E ser “ignorado” pelos noivos dá-lhe a oportunidade de captar o que realmente importa. Quando fingem obedecer, estão apenas a ser eles próprios. E esse é o presente maior que o fotógrafo pode receber.

  • Um sorriso entre indicações.
  • Um beijo espontâneo no meio da pose.
  • Uma gargalhada que quebra qualquer rigidez.
  • Um gesto de ternura não planeado.

Conclusão:

A sessão de fim de tarde, supostamente encenada, é muitas vezes o momento mais verdadeiro do dia. Entre indicações e poses, os noivos revelam-se com autenticidade, emoção e alegria. E o fotógrafo de casamento, mesmo convencido de que estava no controlo, percebe que foi apenas testemunha de algo muito mais bonito do que qualquer pose: o amor real.


Entre em contacto

Se deseja fotografias de casamento que misturem um pouco de pose com muita verdade, estou aqui para isso. Como fotógrafo de casamento, crio o espaço e deixo que sejam vocês a preenchê-lo com o que têm de mais genuíno. Contacte-me e vamos planear o vosso fim de tarde.


  • Veja uma estória de casamento completa:

Por Fernando Colaço

Sou o Fernando Colaço e sou fotógrafo de casamentos. Fotografo sem intrusão de modo a contar a história do dia conforme acontece. Podemos chamar de fotojornalismo. Mas, o melhor é deixar as fotografias falar. Estou vosso dispor.

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