NÃO HÁ FOTOGRAFIAS EM BRANCO pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO
Foto da noiva dançando e outras de convidados do, na Quinta da Ramila em Fátima
Nunca faltam fotografias
Andar a descobrir fotografias, que acontecem durante o dia de um casamento, tem uma grande vantagem sobre o teclado do computador, onde as letras estão todas misturadas e é preciso procurar cada uma delas até completar as palavras para fazer as frases que completam os períodos com as vírgulas, os pontos finais e tudo.
As fotografias estão ali. É só preciso saber vê-las e apanhá-las. É claro que é preciso algum jeito para isso e uma aprendizagem para saber como as fazer viajar por entre as lentes, que nunca se cansam de dar com elas, mas não é preciso ao fotógrafo de casamento passar pela angustia do artista que pinta ou do escritor que escreve, sem terem nada por onde começar.
Nunca, em dias meus de fotógrafo de casamentos, tive que me preocupar com a falta de fotografias, com a falta de temas, com a falta de género, se é retrato ou arquitectura, se é natureza morta ou das fugidias que pensam que não as apanho, porque anda por lá isso tudo.
As palavras, o fotógrafo e as fotografias
É só ter aprendido a enquadrar, a adivinhar o momento certo para a leva e ter algum gosto para a composição, para que fiquem bonitas. Elas, as fotos, não param de me aparecer e, portanto, nunca tenho a tal folha, ou tela, em branco.
Agora, estar aqui sentado, ter que preencher umas quinhentas palavras, é que dizem que é bom para uma leitura interessada e sem maçar ninguém porque não é literatura, é só um fotógrafo de casamento a falar de si, das suas vaidades, das suas alegrias e, sempre, daquilo que sem elas não o seria, nem faria sentindo nenhum estar para aqui a escrever fosse o que fosse, as fotografias.
As fotografias que vê quando uma noiva se faz noiva, mesmo, ou noivo, das flores que a noiva leva e que embonitam os sítios por onde vai, dos altares por onde se metamorfoseiam de noivos a casados e lá onde toda a gente se diverte, dança, come e bebe até que se cansa e volta para casa sabendo que entornou alguns líquidos mas, fundamentalmente, muito amor.
Afinal, está escrito
Apesar do fotógrafo de casamento chegar a casa quase sem se conseguir apoiar nos calcanhares, foi coisa que não lhe custou nada. Agora, estar aqui a olhar para as fotografias do artigo de hoje, todas ao mesmo tempo e uma de cada vez e lhe sair uma, por mais pequena que seja, ideia que não tenha já repetido sabe-se lá que vezes, é coisa de casamentos e às tantas só dá para escrever sobre coisas de casamentos, não é nada fácil para quem é fotógrafo em vez de escritor…
Olha, mas parece que já está, este já foi. Pode ser que o próximo seja mais fácil e encontre um tema mais profundo do que a falta de imaginação de um fotógrafo de casamento…para escrever.
- Na Quinta da Ramila perto de Fátima.