TAMBÉM LÁ ESTAVA pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO
Já tenho aqui escrito sobre o que fazia o fotógrafo de casamento quando fotografava outras coisas nos tempos em que ainda não o era e casamentos não parecia ter muito interesse, para para as lentes que usava na altura.
Umas gostavam mais de embalagens com coisas lá dentro, outras de pessoas dentro de coisas e, ainda, outras de mostrar o que estava dentro das coisas. Isso deixava-as satisfeitas, não refilavam como as que tenho agora, mas o fotógrafo não se sentia muito completo no que fazia. Qualquer coisa ficava de fora mas ele não sabia bem o quê.
Mal sabia ele que nos casamentos que nunca foram, sequer, objecto do seu pensamento, encontrava todas essas coisas, além daquilo que lhe faltava. Até ao dia já aqui descrito mais do que uma vez e, agora, não merece a pena.
Uma das formas de fotografia que fazia, na altura, era a de arquitectura. Sempre gostei muito de entrar num espaço interior e buscar logo o melhor ponto de vista, escolher a lente adequada para o que queria levar dali e dar uma leitura que me parecesse a melhor.
O prazer de seguir as linhas de fuga, aproveitar o desenho das linhas arquitectónicas ou as zonas de luz e sombra, para dar o ambiente que o espaço me inspirava. Ainda me lembro do tempo em que carregava os meus flashes de 3500w para iluminar ou, só, encher uma zona de sombra muito intensa que se queria com algum detalhe. Ainda hoje não perco nenhuma oportunidade e satisfaço o meu dedo no obturador com este tipo de fotografia.
Como fotógrafo de casamento, tenho sempre as igrejas, os espaço de festa, as casas onde os noivos se preparam para não falar da arquitectura de exterior que aumenta muito a minhas possibilidades de continuar a ter este gosto, nos casamentos.
Foi com muito alívio que verifiquei que não precisava de deixar de fazer os tipos de fotografia que antes ocupavam as minhas câmara e lentes e que num dia de um casamento as ia encontrando nos adereços dos noivos, nas flores decorativas ou no bouquet da noiva, nos detalhes sobre as mesas nos espaços de refeição, nas coisas pequenas e, também, no interior de basílicas ou pequeninas ermidas a servirem de acolhimento ceremonial para o tão aguardado sim.
Lembro-me tão bem quando fotografei o primeiro casamento, ainda sem a responsabilidade profissional, e se me iluminaram os olhos quando verificaram que tinha ali tudo o que precisavam.
Foi a partir desse momento que o fotógrafo ficou fotógrafo de casamento, até hoje.