DESAPARECER pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO NO ALGARVE
Algumas fotos do noivo quando se prepara para o seu dia de casamento no Club Nau em Ferragudo, Portimão
Os que não gostam de fotografias
Uma das coisas que me faz mais gostar de estar fotógrafo num casamento é o ter que lidar com muitas pessoas, na maioria do tempo sem com elas interagir, só observar e roubar momentos, mas, aqui e ali, detectar algum desconforto com as minhas máquinas fotográficas e ter que saber no momento o que fazer.
Às vezes basta limpar a cara, um sorriso, voltar a tapá-la e já está. Noutras é preciso saber que não dá, desconforto não gera boas fotografias, e o fotógrafo de casamento parte para outra parte do sítio onde elas, as fotografias, não lhe faltarão.
Os que gostam de fotografias
Num sítio onde se sabe que um um fotógrafo que foi pago para lá estar a tirar, é exactamente isso que ele faz, as fotografias que as pessoas vão fazendo, vamos sempre encontrar os que se estão nas tintas e tira o que quiseres, os que se acham humoristas e veja lá se lhe não estrago a máquina, os que se fazem a elas, às máquinas, e inventam-nas, às fotografias, e quem não faz nem uma coisa nem outra mas que sem dizer uma palavra, a mim não.
Estes, encontro-os logo assim que chego na primeira parte da tarefa. Pode ser o pai, ás vezes a mãe ou um dos avós que dizem que se lhe não tirar uns valentes anos não vale a pena e, o que é pior, pode ser o noivo. É raro, mas às vezes é.
Os que precisam de algum tempo para as fotografias
E quando é, poderia ser um problema para o fotógrafo de casamento então e agora como é vou contar a sua parte da história você contratou-me para lhe tirar fotografias depois não se queixe e não me venha dizer que fiz mal o meu trabalho não vim de tão longe para isto…pois, podia dizer isto tudo, mas seria uma parvoíce. Não resolvia nada, só mostrava que o fotógrafo de casamento era mal educado e não tinha nenhum amor pelo seu trabalho.
Pois…não tem problema, faça o seu trabalho, aperalte-se para a sua mais que tudo, que eu trato do resto sem que dê por isso.
Sabem, aquela mania do fotógrafo de casamento de que tem o dom da invisíbilidade. Ainda ninguém me disse que não é verdade e…resulta e se resulta usa-se para o bem comum. Ou seja, faço aos tímidos o que eu gosto que os tímidos façam comigo, quando estou com eles a ser fotógrafo do dia seu casamento.
Os que nem dão por isso, para as fotografias
Não lhes ligo. Poderia armar-me em psicólogo, ensinar-lhes uns truques para se livrarem da timidez respire fundo imagine que me conhece há muito e sou o seu maior amigo e as minhas lentes são conhecidas de longa data, que, como já aqui tenho escrito, às vezes, conseguem ser irritantes, mas já lhes ensinei que, quando isso acontece e temos tímido ou tímida pela frente, o melhor a fazer é desaparecermos, nem o ar dar por nós e o que acontecer é acontecimento, que é coisa que fotógrafo, máquinas e lentes adoram e, assim, sabemos que vamos sair de lá a caminho do outro capítulo da história, com o nosso dever cumprido sem que eles, os tímidos, se tenham dado a tal coisa, à timidez.
É um bom truque, resulta sempre e cada vez está mais apurado.
