A ALEGRIA DO FOTÓGRAFO DE CASAMENTO

Pensar-se que os noivos vão estar constantemente a rir-se desde que se levantam até ao fim do dia do casamento é uma ilusão. Esperar que nas fotografias estejam sempre de lábios em forma de U é ou fazer mal o trabalho, porque se está sempre a dar indicações e fazer lembrar a obrigação de ser feliz, ou não fazer ideia dos estados de alma que este casal em dia de emoções à flor da pele está a passar.
Eu, tenho por mim que não o façam. Que se deixem levar pelo que o coração manda e me entreguem o nervoso miudinho, o não acertar com o botão no sítio por mãos a tremer, ou, a minha preferida, volta e meia se deixem perder num pensamento lá muito para dentro que parece que acabaram de desaparecer. Garanto-vos que o vejo muito.
O problema é que é muito rápido o desaparecer, porque o dia é acelerado, e não há tempo a perder com introspecções ou seja o que for. No tempo da preparação estou sempre atento a esses desapareceres, porque sempre hão-de vir. E quando os apanho, o meu ego de fotógrafo de casamento brilha.
