UMA CERIMÓNIA DE CASAMENTO, CAPÍTULO 11, pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO EM LISBOA

Quando a cerimónia do casamento no Castelo de S. Jorge em Lisboa acaba, as fotos da alegria multiplicam-se
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Felicidade para sempre
Pronto. Acabou a cerimónia do casamento e estão casados, a representante do estado já guardou os documentos e, também ela, dá os parabéns à Rita e Dylan, agora marido e esposa documentados e aprovados para registo que ficará para os anais da história.
O fotógrafo de casamento aproveita as fotografias que saem daqueles rostos felizes e de objectivo cumprido, antes dos familiares e convidados tomarem conta com os seus beijos e abraços carregados de desejos de felicidade para sempre. Há sempre mais um ponto de vista ou, até, retomar um deles com, agora, diferentes fotografias porque a vida já mudou, cumprindo o que para ali foi desejado há muito.
Entre os sorrisos de já está e o alívio pelo fim do cerimonial formal, as fotografias de casamento não param de se alterar por cada vez que a minha lente dá por elas.
Memórias de pontos de vista diferentes
Depois, bem, depois é a euforia. A contenção dá lugar à alegria solta e festejante, os que os amam querem mostra-lhe em beijos e abraços o quanto querem e desejam que sejam felizes e tenham boas vidas, de tal maneira que nem se dão conta que o fotógrafo de casamento está ali a levar todas essas emoções com ele, em cópias que se tornarão, com o tempo, na única realidade que ficou daqueles momentos, salvo nas memória de cada um, mas de pontos de vista completamente diferentes.
É engraçado porque me dei conta, mesmo agora, que qualquer uma das memórias visuais que cada um dos contracenantes tem, ou terá, se exclui a si próprio. Nas memórias visuais que cada um leva desse dia, incluindo os noivos, nenhum deles se vê a si, apenas o que foi aparecendo diante dos seus olhos, ou seja, os outros. É a única certeza que têm de que lá estiveram.
Transformação de momentos em fotos, pelo fotógrafo
Para resolver isso, foi inventado, nunca descobri por quem, o fotógrafo de casamento. Ele é, entre todos os presentes o único capaz de juntar no mesmo plano de memória, a fotografia, todos os que ao longo do dia vão contracenando ou preenchendo cenografias necessárias ao contexto do dia.
Sem ele, aquele acontecimento pode, um dia, não ser mais do que uma certeza de data mas apenas uma lembrança esboroada na memória da maioria dos que lá estiveram. Sem ele, as fotografias que podiam ter sido apanhadas, nunca chegariam a ver a luz que as mostra a todos os olhos que sobre elas se debruçam.
Só ele tem o condão de transformar momentos compostos pelos que estão no casamento em fotografias que soube, naquele tempo certo, levá-las para que se mostrem sempre que seja necessário trazê-las de volta, às memórias.
Pelo menos é o que este fotógrafo de casamento acha, a não ser que esteja enganado e precise de refazer a sua teoria.













