TRÊS FOTOGRAFIAS pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO
Três fotografias de três fases dia do casamento
Três momentos, três fotografias
Três fotografias aparentemente sem ligação entre si a não ser porque são do mesmo casamento. No entanto, para o fotógrafo de casamento representam três momentos fundamentais que, levantando por breves momentos a máquina fotográfica da cara e sair da sua pretensa invisibilidade que lhe permite captá-las, às fotografias, sem que os presentes e ofertantes delas se apercebam, fica com a certeza de ter escolhido bem a profissão de estar ali e da importância necessária para ali estar.
Não é complicado, uma vez que ao contar uma história dividida por partes, onde cada uma conta um capítulo do dia do casamento, não é difícil encontrar o que podemos considerar um ícone de cada uma delas.
A emoção
Na primeira vejo a emoção. Emoção visível no noivo que limpa uma lágrima fugidia, da noiva que acarinha uma avó que sente que um, também, capítulo do futuro acabou de se cumprir e vejo, também, família e toda a força emotiva que ela contem.
Ainda me lembro, apenas um de muitos exemplos, de estar a procurar um ponto de vista em frente da primeira fila onde se sentam os membros chegados da família, por causa de uma fotografia que estava ali e que eu ainda não tinha conseguido apanhar a jeito quando, a seguir ao click que me diz já está, ouço uma voz emocionada e baixinho dizer: pronto, agora já posso ir sossegado.
Olhei para o lado e era o avô da noiva. De certeza, sentindo que com aquela cerimónia ele iria continuar na nova família que ali acabou de se formar dando a continuidade que deve ser. É por isso que tento sempre estar atentos aos mais velhos, aos que antes também estiveram num lugar assim e sabem a importância disso.
A celebração
Depois a celebração, mas a primeira lá de cima. O banho de flores, arroz e muitos vivam os noivos, que sejam felizes para sempre. As vezes que oiço isto e mesmo o fotógrafo de casamento, empenhado a garantir que foi verdade, não pode deixar de estar solidário com tal desejo.
Mas como o seu papel é não deixar que estes momentos não deixam de ficar gravados em fotografias em vez de palavras, muitas vezes a memória do que ouve parece-se mais com aquelas chamadas telefónicas com cortes na ligação e pouco se consegue perceber. Prefiro, sempre, que o éter não leve aqueles momentos como o faz com o som das palavras. Pelo menos as imagens seguirão caminho para serem comprovadas.
O futuro
A seguir, já com a festa a andar por outros caminhos, os convidados satisfeitos com o trabalho que se fez nas cozinhas da Quinta, o vinho e outros licores tenham aberto e desentramelado as línguas para histórias e outros afectos, o fotógrafo de casamento quer deixar para a tal memória do futuro um conjunto de fotos do casal, como se fossem modelos de magazine de moda ou estrelas de cinema para promoção do último filme.
Depois, quando escolhe alguma para poder preencher mais um artigo do seu Blog, para a sua promoção, encontra uma à qual dá um sentido especial. O sentido de quem vai. De quem, agora, de mãos dadas é responsável um pelo outro em caminhos insondáveis, pela imponderabilidade do futuro, mas que, de certeza, o farão com o garante que o farão juntos, porque assim o decidiram umas horas antes no tal sim, numa cerimónia de casamento.
Parece-me que as fotografias que de lá trouxe o demonstram. É o que desejo.