A LUZ E A…LUZ pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO

Algumas fotografias da cerimónia do casamento numa capela no Algarve, perto da praia
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A luz e o fotógrafo no casamento

Luz, outra vez. Sem ela, fotografia não é possível. Com ela umas vezes é um deslumbramento e outras uma tortura.
O fotógrafo de casamento cruza-se com as duas, tantas vezes durante o dia do casamento que, se não fosse já o hábito e o saber dar-lhe a volta, no fim de cada tarefa precisaria de uns dias de descanso mental para poder voltar a sobreviver a outra labuta.
Assim, com o tempo, aprendeu a lidar com elas, a luz que encanta e a luz que irrita. Mas não pensem que é coisa é fácil porque elas parecem-se como aqueles irmãos gêmeos extremamente competitivos e que não perdem uma para se intrometerem na vida uma da outra, maravilhando ou tramando o fotógrafo encarregado de levar para contar um dia, também ele, cheio de encantamentos.
As contradições da luz, para um fotógrafo num casamento

É a de lá de fora, à vezes tão dura, que faz fechar os olhos a toda gente e lhes desenha sombras tão intensas que, muitas vezes, metade da cara desaparece e, dos olhos, só conseguimos ver dois poços escuros sem sabermos se estão felizes, indecisos ou mesmo, também os há nos casamentos, invejosos.
A de dentro, suave, a moldar rostos e vestimentas a rigor para dia de festa e leva a quem, depois, veja as fotografias ai tão bonito parecem quadros daqueles que há nos museus.
Mas nem vos passe pela cabeça se pensarmos que há a luz de fora e a cá dentro, sendo a de fora a tramada, aquela que faz a cabeça em água ao fotógrafo do casamento e a de dentro, a boazinha, que tem tudo de prazenteiro e é só apontar, recolher e tomara que fosse sempre assim.
O vice-versa da luz em dia de casamento

Pois, mas não é. Muitas vezes a de fora é a que não deixa o fotógrafo sossegado com tanta coisa para tirar e a de dentro nem o deixa ter a mínima ideia como e de onde é que poderá safar-se com ela. Para não falar quando elas se misturam na porta de uma Igreja onde para metade da fotografia está de uma perfeição para agradecimento infinito e na outra podias ser mais simpática e não me estragares fotografia tão importante.
Só ainda não percebi se o fazem porque gostam de embirrar uma com a outra, se é por mera brincadeira como fazem aquelas pessoas que estão sempre a pregar partidas aos outros ou se, de repente, uma delas desatina com o fotógrafo de casamento, por qualquer razão que ele desconhece, que nem é uma pessoa antipática e muito menos com a luz de que tanto depende, e resolve tramar-lhe a vida só porque sim.
No entanto, o fotógrafo de casamento foi aprendendo a conhecer-lhes as manhas e a descobrir que nem sempre a boazinha o é tanto quanto isso, às vezes é cínica, e a mazinha não é tão retorcida que o melhor seja fugir dela.
A luz, ou as luzes, e como o fotógrafo lida com ela, ou elas

Elas, a luz e a luz, são como as pessoas que também têm, temos, sempre lá uma embirraçãozinha no meio de toda a nossa bondade e vice-versa. No fim do dia e de sacola bem cheia, o fotógrafo no casamento sabe que tanto uma como a outra lhe entregaram banhos delas sobre todos os que lá estavam, para as fotografias que ele tanto gosta de levar e, depois, entregar ao seu par de noivos que, orgulhosos, irão mostrar ao mundo venham cá ver o nosso casamento foi assim.
Mas, no fim de tudo, ainda não consegui descobrir se existe alguma maldade na que que me faz a vida difícil, quando faz, se é feitio e não tem culpa, e se a que me facilita a vida o faz apenas porque sim ou se aquilo é só por vaidade. O que é certo, e isso tenho a certeza, é que é com elas que as faço, às fotografias, e a elas agradeço do fundo do meu coração.
Um brinde à luz….às luzes….pois….

Ponto por ponto:
- No dia de um casamento, tenho uma relação com a a luz de extremos. A tal ponto que tive que dividi-la em duas: a luz que encanta e a luz que irrita.
- Tem dias em que a luz da rua é tão mázinha que até faz fechar os olhos dos convidados do casamento, e dos noivos, e a boazinha, a de dentro, suave e bonita para fotografias que encantam.
- O problema é que, outras vezes, é ao contrário. A da rua é magnífica e a de dentro não tem ponta por onde se lhe pegue. Só ainda não percebi se é para me irritarem e combinam uma com a outra, ou se é qualquer coisa entre elas eu apanho por tabela.
- Não tem outra solução o fotógrafo de casamento a não ser aprender a lidar com elas, a tirar partido do melhor que elas, a luz boa e a luz má, lhe oferecem e, no fim, lhes agradecer.
Precisa de saber:
- Ser fotógrafo profissional é isso mesmo. Saber lidar com a luz em todas as situações para que as fotografias saiam sempre a ganhar. No seu casamento também será assim. Contacte-me para falarmos sobre isso e muitas outras coisas.