O Fotógrafo de Casamento: as outras fotografias

Peças de vidro decorativo sobre uma mesa no casamento, na Quinta do Castro no Cadaval.

TEM QUE SER RÁPIDO pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO EM LISBOA

Peças de vidro decorativo sobre uma mesa no casamento, na Quinta do Castro no Cadaval.

De fotografias de elementos decorativos da sala do jantar e festa do casamento na Quinta do Castro no Cadaval


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O fotógrafo de casamento, o seu trabalho e os olhos de quem o vê

Cartões sobre flores com as marcações dos lugares dos convidados do casamento.

O fotógrafo de casamento desempenha um papel crucial no registo de um dos dias mais marcantes da vida de um casal: o dia de casamento. Mais do que dominar a técnica, importa compreender o significado do momento, a emoção presente em cada gesto, e deixar que o trabalho fale por si, através da sensibilidade e da observação.

Muitos fotógrafos de casamento optam por escrever artigos nos seus blogs como forma de apresentar o seu trabalho a potenciais clientes. Uns preferem o caminho da autoexaltação — posicionando-se como os melhores entre os melhores — enquanto outros, como é o meu caso, preferem deixar que as fotografias de casamento falem por si mesmas. Acredito que o verdadeiro valor de um profissional não se mede nas palavras que usa para se descrever, mas sim nos olhos de quem vê o seu trabalho.

O dilema da autoavaliação no mundo da fotografia de casamento

Detalhe da decoração numa mesa da refeição do casamento com menu, copos e pratos.

Autoavaliar o próprio trabalho é um campo delicado. O risco de cair na ilusão é real, sobretudo quando se gosta verdadeiramente do que se faz. Como fotógrafo de casamento, sei o quanto me apaixono por cada história, por cada imagem que capto. Mas essa paixão pode nublar a clareza com que vemos o nosso próprio desempenho.

Não sou vendedor. Não sei — nem quero — convencer ninguém com palavras ensaiadas. Prefiro deixar que sejam os noivos, os convidados do casamento e qualquer outra pessoa que veja o meu trabalho a julgar por si.

A fotografia, para mim, é menos sobre provar algo e mais sobre sentir. É menos sobre convencer e mais sobre partilhar.

O que move um fotógrafo de casamento?

A mesa dos noivos para a refeição e festa do casamento na Quinta do Castro no Cadaval.

O que me move, enquanto fotógrafo de casamentos, são os olhares. São os sorrisos cúmplices, os gestos emocionados, os abraços inesperados, as lágrimas discretas. São os instantes em que tudo parece parar, mesmo que por um segundo, para registar algo eterno.

Mas há momentos em que as caras não estão lá. Quando fotografo os detalhes de um espaço, as flores, os objectos decorativos das mesas, a disposição da sala, o brilho das luzes. Aquelas imagens onde não há rostos, emoções visíveis ou ligações humanas imediatas.

E ainda assim, esses elementos fazem parte da história. São memórias do casamento. São, também, fotografia de casamento.

Itens que fazem parte da fotografia, mesmo sem emoções visíveis:

  • Elementos decorativos que ajudam a compor o ambiente e a atmosfera do casamento.
  • Detalhes da mesa do jantar e da festa que revelam cuidado e planeamento.
  • Espaços vazios antes dos convidados chegarem, que simbolizam a expectativa do momento.
  • Objetos simbólicos: alianças, convites, centros de mesa, entre outros.

Quando o fotógrafo se afasta das emoções visíveis

Flor numa jarra a decorar uma mesa no casamento.

É verdade que não me sinto tão confortável quando estou longe dos rostos. Mas sei que esses momentos são necessários. E sei que fazem parte do todo. Assim que termino esses registos mais técnicos, volto rapidamente à procura das caras. Porque é aí que me reencontro. É nas caras sorridentes, nos olhares apaixonados, nas emoções dos noivos, dos pais, dos amigos, que sinto o meu trabalho completo.

Elementos que me fazem regressar à essência da fotografia de casamento:

  • Os abraços apertados entre familiares que não se veem há anos.
  • As lágrimas de uma mãe enquanto ajuda a filha a vestir-se.
  • O nervosismo do noivo nos momentos que antecedem a cerimónia do casamento.
  • O riso solto dos amigos durante a festa.
  • Os olhares entre os noivos durante os votos.

A ponte entre o fotógrafo, o cliente e a memória

Coração decorativo numa cadeira na mesa dos noivos.

Este artigo pode parecer dividido entre dois mundos: a reflexão sobre como comunicar o trabalho de um fotógrafo de casamento, e a importância de registar objectos aparentemente sem vida. Mas eles estão ligados. Essas imagens silenciosas servem como cimento que une a minha sensibilidade ao olhar dos futuros clientes.

Não quero gritar que sou o melhor. Quero apenas mostrar o que faço e porque o faço. Quero que os olhos de quem vê decidam por si. Que sintam empatia, que se identifiquem, que se emocionem — e que escolham em consciência.

No final, é isso que acontece quando nos encontramos: os olhos veem, o coração sente e a escolha torna-se natural.

A sala de refeição e festa do casamento vista de cima.

Conclusão:

Ser fotógrafo de casamento é mais do que registar um evento. É perceber que cada imagem conta uma história — mesmo as que não mostram pessoas. É aceitar que o julgamento não nos pertence, mas sim a quem confia em nós para eternizar um dia irrepetível.

Mais do que palavras ou slogans, o que fica é a verdade de cada fotografia. É isso que levo comigo para cada trabalho, e é isso que quero entregar a quem me escolhe.


Vamos conversar?

Se gostou desta forma de ver e sentir a fotografia de casamento, marque uma reunião comigo. Terei todo o gosto em mostrar-lhe exemplos do meu trabalho, ouvir o que idealiza para o seu dia de casamento, e partilhar consigo tudo aquilo que pode esperar de mim como fotógrafo de casamento. Afinal, tudo começa com um olhar.



  • Veja uma estória de casamento completa:

Por Fernando Colaço

Sou o Fernando Colaço e sou fotógrafo de casamentos. Fotografo sem intrusão de modo a contar a história do dia conforme acontece. Podemos chamar de fotojornalismo. Mas, o melhor é deixar as fotografias falar. Estou vosso dispor.

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