O Fotógrafo de Casamento: as regras da educação

O noivo, sorrindo, quando aperta os botões da camisa na sua preparação para a cerimónia, visto pelo fotógrafo de casamento.

OBEDIENTE pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO EM LISBOA

O noivo, sorrindo, quando aperta os botões da camisa na sua preparação para a cerimónia, visto pelo fotógrafo de casamento.

Fotografias do noivo em casa dos pais a preparar-se para o casamento


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A Intimidade dos Outros e o Dever do Fotógrafo de Casamento

Pormenor do noivo apertando os cordões dos sapatos.

Ser fotógrafo de casamento é, muitas vezes, mais do que captar imagens de um dia de casamento. É ser convidado para viver, mesmo que por breves horas, dentro da vida e intimidade de famílias inteiras. Entrar em casas que não são nossas, observar rituais e rotinas que nos são alheios, é uma responsabilidade que levo com grande respeito. Desde o início da minha carreira que essa entrada no espaço íntimo dos outros me intimida de forma respeitosa.

Sei que fui convidado com uma missão clara: registar memórias, guardar emoções e construir uma narrativa visual da cerimónia do casamento. Mas, também sei que, quando a câmara entra nas minhas mãos, transformo-me. Há algo de quase mágico nesse momento – como se deixasse de ser apenas eu e me tornasse parte da história. Uma espécie de herói silencioso ao serviço das lentes.

Entre a Cortesia e o Instinto Criativo

O noivo, na sua preparação para o casamento, junto do pai que lhe abotoa os botões de punho da camisa.

Não é raro que, com a adrenalina do momento, me esqueça de certas regras de cortesia. A máquina, essa extensão de mim próprio, torna-se mandona, exigente, impiedosa. Diz-me onde me colocar, exige um certo ângulo, chama-me para a luz perfeita. E, muitas vezes, sem pedir licença, ajo. Subo a um banco, fecho uma porta, agacho-me num canto.

Esta submissão à fotografia de casamento não é descuido – é entrega. E sim, às vezes abuso dessa confiança silenciosa que me é dada. Mas é sempre em prol do resultado final, para que as fotografias de casamento tenham aquele impacto que faz o tempo parar quando são vistas.

O Servilismo às Lentes e o Domínio do Instante

Depois de pronto para a cerimónia, o noivo junto de dois amigos e da avó que lhe ajusta o arranjo de flores na lapela do casaco.

Há dias em que sinto que sou apenas um servo das minhas câmaras. Elas comandam e eu obedeço. Não me deixam margem para hesitações. Se ignoro um comando, pago caro: as lentes tornam-se impacientes, e o momento perfeito pode escapar para sempre.

Ser fotógrafo de casamentos significa isto: estar completamente entregue à missão de captar o melhor do grande dia dos noivos, mesmo que isso implique, de vez em quando, ultrapassar fronteiras sociais ou invadir, ainda que discretamente, o conforto de uma casa.

Momentos em que as lentes tomam o controlo:

  • Agachar-me num canto apertado sem pedir autorização.
  • Usar móveis ou objetos para subir e alcançar um novo ponto de vista.
  • Fechar parcialmente uma porta para capturar a luz perfeita sobre o noivo ou a noiva.
  • Circular com liberdade entre os convidados do casamento durante a preparação, sem interpelar, mas também sem hesitar.

O Desafio da Invisibilidade

Um retrato do noivo, de mãos nos bolsos das calças, olhando em frente  e sorrindo.

Curiosamente, nunca recebi uma queixa. Talvez porque sou, na verdade, invisível. Talvez porque a delicadeza de quem me acolhe permite esta liberdade com empatia. Ou então, e é o que gosto de acreditar, porque todos percebem que, por trás da minha atitude determinada, há uma profunda vontade de fazer o melhor possível por aquele dia de casamento.

E sim, as minhas lentes têm personalidade. Exigem, desafiam, colocam-me em situações embaraçosas. Mas são elas que fazem com que cada imagem valha a pena. Que cada fotografia carregue emoção, estética e verdade.

Como se traduz esta relação entre fotógrafo e câmaras?

  • As lentes tornam-se quase personagens, com vontades próprias.
  • A fotografia de casamento ganha uma narrativa própria, viva e pulsante.
  • O fotógrafo de casamento age com intuição, movido por algo maior que ele.

Preparar-se para o Inesperado no Dia do Casamento

O irmão e o pai do noivo quando o fotografam, quando está pronto para partir para a cerimónia.

Se, um dia, for o vosso fotógrafo de casamento, e notarem que me movo pela casa sem pedir sempre licença ou que ajo com alguma liberdade… agora já sabem porquê. Não se trata de falta de respeito. Trata-se de seguir um chamado visual urgente, que me leva a procurar o melhor para as vossas fotografias de casamento.

Tudo isso, claro, é falado previamente. Em cada reunião com os noivos, falamos sobre o estilo, os limites, as expectativas. A minha intenção nunca é impor-me, mas sim colaborar – e obedecer às ordens (um pouco tiranas) das minhas companheiras de trabalho: as câmaras.

Antes do dia:

  • Discutimos tudo em detalhe na reunião de planeamento.
  • Combinamos o grau de liberdade do fotógrafo durante os momentos mais íntimos.
  • Alinhamos expectativas e estilos de fotografia de casamento.
  • Há sempre espaço para que se sintam confortáveis e respeitados.

Conclusão: A Intimidade é Terreno Sagrado

A intimidade dos noivos e das suas famílias é um espaço sagrado. Como fotógrafo de casamento, entro nele com respeito, mas também com a urgência de quem quer fazer justiça à beleza daquele dia. Se, por vezes, pareço esquecer as regras, é apenas porque estou completamente comprometido com a missão de eternizar momentos. E podem ter a certeza: o resultado vale sempre a pena.


Vamos Conversar Sobre o Vosso Dia?

Se procuram um fotógrafo de casamento que entenda o valor da intimidade, mas que também saiba ouvir as exigências do instante, estou aqui para isso. Cada casamento é único, e merece ser tratado com verdade e dedicação. Falemos sobre o vosso dia, sem pressões – só com vontade de fazer acontecer algo bonito.



  • Veja uma estória de casamento completa:

Por Fernando Colaço

Fotógrafo de casamentos Fernando Colaço. Estilo natural, discreto e fotojornalístico. Deixo que as fotos contem a história.

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