EXPERIÊNCIAS pelo FOTÓGRAFO DE CASAMENTO

Muitas vezes, quando fotografo de casamentos, dou por mim a perguntar-me se estou ali, no dia do casamento com o casal de noivos, a fotografar para eles ou para mim. É verdade. Por exemplo, quando estou a fotografar a noiva, na sua preparação junto da cabeleireira e da maquilhadora, dou por mim a tentar descobrir os pontos de vista mais estranhos e complicados, que possa aproveitar no espaço. Nem quero pensar na figura que faço, se vista por outras pessoas no mesmo local. Já não é a primeira vez que dou por alguém com aqueles olhos que não nos deixam muito descansados, quando quem deveria chamar a atenção seria a linda noiva em fase de metamorfose.
A culpa é sempre do mesmo. Do ponto de vista. É ele o grande culpado das figuras um pouco estranhas que o fotógrafo de casamento é obrigado a fazer. Acredito que quem me veja se questione do meu estado mental e, se for senhora, se preocupe muito com o estado de limpeza do meu fato que, apesar de sair impecável de casa, sujeito aos mau tratos, a que o ponto de vista me obriga, nunca se sabe das condições a que chega a casa. É sacrifício que ele, o fato, suporta com gáudio porque sabe que também faz parte dos meus ajudantes e, todos eles, aceitam a sua dose de desconforto e sacrifício e, no próximo casamento, já está, limpinho de novo, impaciente para nova aventura.
Isto porque o fotógrafo de casamento aproveita sempre o tempo e o espaço onde se encontra para cumprir a sua obrigação, contar a história do casamento, para com o casal do dia, e aproveitar para experimentar novos pontos de vista, dos quais possam resultar melhores fotografias. Digamos que me divido, apesar de sempre único, no profissional com resultado a entregar, e, ao mesmo tempo, aquele cientista das experiências sujeito a figuras mais ou menos inusitadas, para não dizer tristes, mas que o levam a descobrir soluções para ganho destes noivos e dos próximos. Para isso, vale sempre a pena as tais…figurinhas.


